Em 2021, mais de 3,9 milhões de empreendedores formalizaram micro e pequenas empresas ou se registraram como microempreendedores individuais (MEIs) – um patamar recorde, segundo levantamento divulgado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) na última quarta-feira (16).
Esse número representa um avanço de 19,8% em relação ao ano anterior, quando 3,3 milhões de novos negócios foram abertos no país. Os dados, apesar de positivos, impõem um desafio: a superação de problemas históricos para que esses novos negócios tenham longevidade.
Enquanto o Brasil atravessa um difícil cenário macroeconômico atualmente, com projeções de que a taxa básica de juros Selic chegue a 12,25% a.a. e com as estimativas de inflação já acima do teto da meta, empreendedores lidam com dificuldades, por exemplo, para obtenção de crédito em meios tradicionais para garantir a sobrevida de suas empresas, além dos efeitos da pandemia de Covid-19 que se prorrogam há quase dois anos.
A última edição da pesquisa Sobrevivência de Empresas, elaborada pelo Sebrae, e que utilizou dados do ano de 2020, aponta que a taxa de mortalidade na área de microempreendedores individuais em até cinco anos chega a 29%. Em seguida, microempresas têm taxa de 21,6% e as companhias de pequeno porte, 17%.
Para 40% dos empresários consultados pelo Sebrae no levantamento, a Covid-19 foi a razão para o encerramento das atividades de seus empreendimentos. O segundo motivo mais citado foi a falta de capital de giro, que, para 22% dos entrevistados, foi primordial para o fechamento do negócio.
Não são poucas as empresas que encerram suas operações por conta de uma má administração do capital de giro. Por isso, antes de conhecer mais a fundo essa importante ferramenta, vamos falar também sobre o fluxo de caixa.
Uma etapa depende da outra: veja por que organizar o caixa
O fluxo de caixa se trata de um relatório onde são reportadas as entradas e saídas de dinheiro em um determinado período. Ele vai apontar, portanto, a quantidade reservada existente em caixa para pagar as contas nesse mesmo intervalo, ao que chamamos de capital de giro.
Para obter informações mais exatas na hora de apurar o fluxo de caixa, algumas etapas são imprescindíveis: registro diário de despesas e receitas, a análise diária de pagamentos e recebimentos previstos para o futuro, estudo de investimentos e aplicações de recursos em caso de saldo positivo e também a avaliação de necessidade de capital de giro se o saldo for deficitário.
O que compõe o capital de giro?
Dinheiro, crédito, estoques: esses são alguns dos recursos que compõem o capital de giro e são necessários para a liquidez e cumprimento de obrigações básicas de despesas que mantêm uma empresa em funcionamento como energia, impostos, remuneração de equipes, maquinários e outros, até que novos recebimentos de vendas cheguem ao caixa.
O capital de giro tem suma importância porque representa a diferença entre os recursos disponíveis em caixa e a soma das despesas e contas a pagar.
Com essas informações, você sabe quantos recursos restam para investimentos, aplicações ou aquisições para a expansão do seu empreendimento.
Aprenda a calcular
Para calcular o capital de giro da sua empresa, você precisa estar munido de informações financeiras atualizadas. O capital de giro equivale a subtração entre ativo circulante e passivo circulante.
Ativos circulantes serão todos aqueles que podem virar dinheiro em um prazo de até doze meses (dinheiro em espécie, estoques, valores a receber, aplicações).
Já os passivos circulantes são todos os valores a serem desembolsados com vencimento em até doze meses, como pagamentos a fornecedores, salários de funcionários, impostos e outras despesas. Lembre-se que, por exemplo, notas fiscais não emitidas e valores futuros não podem entrar no gerenciamento do capital de giro, apenas no fluxo de caixa.
Suponhamos que os números de seu negócio sejam:
ATIVO CIRCULANTE
Conta bancária: R$ 4.000,00
Valores a receber: R$ 6.000,00
Estoque: R$ 4.000,00
PASSIVO CIRCULANTE
Impostos: R$ 3.000,00
Salários: R$ 5.000,00
Despesas em geral: R$ 4.000,00
Quando se realiza essa equação, você encontra o valor de R$ 2.000,00, que seria o capital de giro ideal para a sua empresa.
Se o resultado da subtração entre ativos e passivos circulantes do seu negócio for negativo, reveja imediatamente os custos e despesas das operações, porque, a curto prazo, seu empreendimento vai ter baixa capacidade de pagamento.
Como gerenciar o capital de giro?
Agora que aprendemos a calcular o capital de giro, você entende que ao observá-lo diariamente, a gestão do seu negócio fica mais qualificada. Com base em um planejamento financeiro que permita um equilíbrio saudável entre despesas e receitas, você pode manter o bom funcionamento do seu empreendimento.
Por isso, algumas outras dicas são essenciais:
- Não utilize o capital de giro para cobrir outras despesas se não houver garantia de rápida reposição dos valores.
- Busque a produtividade com menos custos, se possível. Lembre-se de que os gastos só podem ser cortados após a avaliação de cada cenário.
Em caso de haver hábitos nocivos à produção, elimine tudo o que for necessário e aumente a eficiência dessa importante etapa do seu negócio.
- Atente-se aos prazos. O compromisso com clientes e fornecedores sempre deve ser honrado, mas, além de poder negociar datas que sejam mais flexíveis, você não pode prejudicar seus prazos em função de dias que comprometam suas contas. Controle o risco de inadimplência, principalmente se tiver utilizado empréstimo para ajudar a compor o seu capital de giro..
- Antecipe recebíveis. Essa operação consiste em receber valores provenientes de vendas parceladas, a prazo, com duplicatas, cheques e carnês, antes mesmo da cobrança ser efetuada. Por isso, consulte as taxas de cobrança pela operação e assim as despesas financeiras não comprometerão a rentabilidade da sua empresa.
Componha o capital de giro do seu negócio com P2P Lending
Nenhuma empresa está plenamente livre da necessidade de precisar de ajuda para financiar suas atividades.
Como dissemos acima, a própria pandemia de Covid-19 impôs um desafio que até então ninguém esperava. Mesmo os negócios com as contas saudáveis foram surpreendidos com mudanças de preços de fornecedores, gastos internos e outros imprevistos.
Hoje, no mercado, existem fintechs que oferecem crédito para dinamizar o capital de giro das empresas com taxas muito interessantes, por meio do Peer-to-Peer (P2P) Lending – modalidade que conecta pessoas físicas interessadas em investir e empreendimentos que precisam de recursos para financiar projetos.
A fintech oferece a possibilidade de os empréstimos serem pagos em até vinte e quatro meses, com taxas médias mensais de 1,15% a 2,42%, mas estas são avaliadas caso a caso.
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Fonte: moneymoneyinvest